Não sou "politicamente correta", OK?

Da Política ao Prato-feito, vou vivendo cada dia como se fosse o último. E gostando do que faço.

Nem só de Sexo vive a Humanidade, mas de toda a Risada que consiga dar. E de toda a Reflexão que consiga provocar.



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

FANTASIA ou A FESTA NO CÉU





Acrílico sobre tela. 80 x 60 cm


A Pintura Metafísica fez nascer o Surrealismo, e o nome desse segundo movimento foi dado pelo poeta francês Apollinaire, inspirado, entre outros trabalhos, no de Marc Chagall. 

 Chagall

O termo "metafísica" vem da palavra grega para "além das coisas reais". 

O artista metafísico e surrealista é um romântico, acima de tudo. Ou um sonhador, se é que as duas coisas não são uma só. Suas visões líricas são tomadas por traços improváveis e anti realistas, cheios, porém, de simbolismos. Todo este onirismo abriu frestas à estética surrealista. 

Dali

O surrealismo não tem o menor compromisso com a realidade. Daí a criação de obras que flertam com o absurdo, onde tudo é permitido. 

 Miró

Num céu, ou paraíso metafísico, se for ditado por clérigos, não existem galinhas ou outros animais, o que o torna enjoativo em si mesmo. Anjos eunucos tocadores de harpa não são nada interessantes aos sentidos humanos. E freiras carrancudas e islâmicos explodidos, menos ainda. Por isso posso criar um "paraíso" à imagem e semelhança de qualquer mortal mentalmente saudável. E que seja alegre o quanto eu quiser. 
Posso até colocar anjos e trombetas, mas apenas para não perder o foco que os metafísicos entendem. 

Uma mulher verde!? Exclamaria alguém que não consegue imaginar outra anatomia que não a real. Essa observação foi feita em uma das primeiras exposições dos trabalhos de Picasso, por uma visitante desavisada, sem se dar conta de que o autor estava próximo. A resposta foi imediata: “Isso não é uma mulher, é uma pintura.” 

A liberdade e espontaneidade é que dá vida ao impulso criativo, desde o final do século XIX. 


NINA SIMONE ou A GENIALIDADE NA FRONTEIRA DOS TRANSTORNOS MENTAIS




Nina Simone (1933 – 2003) foi uma pianista, cantora, compositora e ativista pelos direitos civis norte-americanos. 

Simone foi, literalmente, a voz do movimento negro americano pelos direitos civis, nas reuniões e nos encontros, era sua música a responsável por acalmar os corações dos que tudo perdiam naquela lógica violenta e separatista intensificadas nas décadas de 50 e 60.






Nina sempre sonhou em ser a primeira pianista clássica negra, mas fora reprovada na universidade, mesmo sabendo ter realizado um bom teste. Tal fato desencadeou uma mudança de planos e ela foi ganhar a vida cantando blues em barzinhos e, quanto mais crescia seu ativismo pelo movimento anti segregação, mas eram lhe fechadas as portas, as rádios, os palcos. 

Depois de ter vivido altos e baixos e ter aberto seu coração e sua genialidade para o mundo, Nina declarou em uma entrevista para uma rádio europeia: "Se eu fosse uma pianista clássica eu teria sofrido menos". Pouco antes de morrer Nina recebeu uma carta de pedido de desculpas da Universidade de Música Curtis por sua reprovação no teste. 

Simone tinha a reputação de ser volátil. Era enérgica, acreditava em violência e tinha uma postura arrogante. Só aceitava ser chamada de Dra. Nina Simone. Em 1985, disparou uma arma contra um executivo a quem ela acusou de roubar royalties. Simone disse que “tentou matá-lo”, mas “errou o alvo”. 

Em 1995, atirou e feriu o filho de um vizinho com uma pistola pneumática, alegando que a risada do garoto atrapalhava sua concentração. De acordo com um biógrafo, Simone tomava medicação controlada desde meados da década de 1960, e tinha sido diagnosticada como bipolar. Mas isto só foi divulgado após sua morte. 

É o preço da genialidade.