Não sou "politicamente correta", OK?

Da Política ao Prato-feito, vou vivendo cada dia como se fosse o último. E gostando do que faço.

Nem só de Sexo vive a Humanidade, mas de toda a Risada que consiga dar. E de toda a Reflexão que consiga provocar.



segunda-feira, 10 de outubro de 2016

MULHERES NA LITERATURA ERÓTICA – HILDA HILST





Na década de 1990, a poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira, Hilda Hilst, cansada de escrever o que não era lido, resolveu chocar a sociedade com textos pornográficos, para então ser consumida. Apostando no interesse do mercado editorial para esse tipo de literatura, ela resolveu escrever livros “sujos”, que possuíssem uma narrativa irônica e debochada. Nasceu assim a trilogia obscena de Hilda, composta por três livros: O caderno rosa de Lori Lamby (1990), Cartas de um sedutor (1991), Contos d’escárnio/ Textos grotescos (1992). 

O livro “O caderno rosa de Lori Lamby”, de Hilda Hilst, escrito em primeira pessoa, narra a história de uma garota de 8 anos prostituída pelos pais. A impressão inicial é de que seu pai, escritor, não conseguiu emplacar nenhum livro e decidiu seguir as instruções de seu editor de escrever e publicar um livro de “bandalheiras”, porque “vende mais”. Então, supostamente, os pais teriam prostituído a menina e pedido a ela que escrevesse suas experiências em um caderno. 

Ao final do livro, descobrimos que tudo o que Lori escrevia em seu caderno em primeira pessoa era apenas invenção. A parte do pai escritor que não emplacava um livro e do editor que queria bandalheiras era verdade. Mas tudo o que Lori escrevera no caderno foi baseado em filmes, poemas e revistas pornográficas que encontrou entre os objetos de seu pai. 

"Lori Lamby" é um livro pornográfico e transgressor até os dias de hoje. 

 A escritora afirma que o livro foi considerado “uma droga, um lixo e repugnante”, mas segundo Hilst, é disso que os editores gostam. 


Hilst também define "Lori Lamby" como um livro de humor, que provoca muitas risadas, Será? 

A verdade é que Hilda Hilst era desconhecida do grande público. E resolveu apelar para o grotesco ao escrever pornografia na primeira pessoa como se fosse uma menina de apenas 8 anos, já estando com 70 anos bem vividos. Ganhou fama, lógico, ficou célebre e reconhecida como uma das grandes escritoras brasileiras. Afinal, escândalos vendem!