De: Sylvain
Estibal.
Com Baya
Belal, Myriam Tekaia e Sasson Gabai.
Comédia
dramática.
França /
Bélgica / Alemanha.
SINOPSE:
A história
do divertidíssimo “Um Porco em Gaza” (Le Cochón de Gaza), mais uma daquelas pérolas
imperdíveis, fala um pouco disso. Jafaar (Gabai) é um pescador Palestino que
vive na Faixa de Gaza. Não bastasse a má sorte de pescar apenas uns
"lambaris" para serem vendidos por uma merreca na feira local, Jafaar
ainda pesca, num daqueles dias de azar, um porco de mais de 100 quilos que,
inexplicavelmente, aparece em sua rede.
A religião,
como vamos percebendo no decorrer de película, sequer permite que o pescador
toque no animal. Ou mesmo pisar na Terra Santa. Sem muita perspectiva ele tenta
vender o porco, sem sucesso, na embaixada americana. É só após descobrir uma
brecha que lhe leva a uma comunidade judaica, é que ele encontra um inusitado
uso para o porco. Especialmente após conhecer a agricultora Yelena (Tekaia).
As
tentativas de Jafaar de se livrar do porco, ou mesmo de tentar escondê-lo,
também rendem momentos hilários. Da mesma forma os "incentivos" para
que o animal realize o seu trabalho, também são capazes de fazer gargalhar pelo
inusitado. Se não é um filme que chame tanto a atenção pela fotografia, efeitos
especiais, trilha sonora ou ângulos de câmera, o mesmo não se pode dizer das
atuações, extremamente convincentes e naturalistas. A impressão que temos é a
de que, se a câmera for desligada, aquela lá será realmente a vida daqueles
sujeitos.
O conflito
Israel-palestiniano tem episódios e material para vários livros, artigos,
reportagens, documentários, ou não fosse este um intrincado conflito bélico que
dura há um largo número de anos e alberga no seu interior várias matizes que
dificilmente poderiam ser abordadas numa obra cinematográfica de comédia que procura
satirizar ambos os lados do conflito.
Sasson Gabai
revelou-se uma escolha acertada por parte de Sylvain Estibal, ao conseguir
representar de forma peculiar e entusiasmante o protagonista do filme, um
indivíduo simples, pouco letrado, mas com um enorme coração que procura dar uma
vida melhor à mulher mas acaba quase sempre por envolver-se nas situações mais
complicadas e estapafúrdias, sobretudo quando conta a seu lado com o porco do
título, um personagem que serve sobretudo para unir os dois polos opostos da
narrativa (judeus e árabes têm em comum o “ódio de estimação” por porcos).
O filme do
diretor Sylvain Estibal ainda encontra uma solução emocionante, daquelas
capazes de nos fazer refletir sobre o futuro em uma região em permanente estado
de guerra.
Ganhou 2 prêmios (César, França; Festival de Tóquio, Japão).
Ganhou 2 prêmios (César, França; Festival de Tóquio, Japão).
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